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Purim, Hanucá e os 1335 dias - Parte 2

Os Dez Filhos de Hamã

 

Como vimos na primeira parte do estudo, Hamã representa perfeitamente o grande inimigo do povo de Deus que se levantará nos últimos dias. Um fato impressionante é que o livro de Ester relata que Hamã tinha dez filhos:

 

O Livro de Ester 9:11-12: “11 No mesmo dia, foi comunicado ao rei o número dos mortos na cidadela de Susã. 12 Disse o rei à rainha Ester: Na cidadela de Susã, mataram e destruíram os judeus a quinhentos homens e os dez filhos de Hamã; nas mais províncias do rei, que terão eles feito? Qual é, pois, a tua petição? E se te dará. Ou que é que desejas ainda? E se cumprirá.”

 

O texto revela que, na grande batalha que antecede o Purim — e que representa a batalha do Armagedom — os dez filhos de Hamã são mortos pelos judeus. Depois disso, seus cadáveres são pendurados, conforme está escrito:

 

O Livro de Ester 9:13-14: “13 Então, disse Ester: Se bem parecer ao rei, conceda-se aos judeus que se acham em Susã que também façam, amanhã, segundo o edito de hoje e dependurem em forca os cadáveres dos dez filhos de Hamã. 14 Então, disse o rei que assim se fizesse; publicou-se o edito em Susã, e dependuraram os cadáveres dos dez filhos de Hamã.”

 

Muitos talvez não percebam, mas este texto é profético. Os filhos de Hamã já estavam mortos; agora, porém, seus corpos seriam expostos publicamente. A palavra “amanhã”, no hebraico “machar מָחָר”, pode significar tanto o dia seguinte quanto um tempo futuro. O Midrash (Ester Rabbah 9:2) e comentaristas sugerem que esse “amanhã” aponta para eventos proféticos:

 

"Ester disse ao rei: 'Se for do agrado do rei, conceda-se também amanhã aos judeus que estão em Susã que façam conforme o decreto de hoje, e que os dez filhos de Hamã sejam pendurados na forca.'

O Santo, bendito seja Ele, disse a ela: 'Tu pediste apenas por hoje, mas Eu cumprirei também no futuro.'

Disseram os sábios: Isso nos ensina que as palavras de Ester foram inspiradas pelo Espírito Santo, pois ela disse 'amanhã', indicando que o decreto se aplicaria não apenas naquele tempo, mas também em tempos futuros."

 

Um paralelo traçado por rabinos contemporâneos é com o enforcamento de dez criminosos nazistas em Nuremberg (1946), como os dez filhos de Hamã. Segundo alguns, Julius Streicher, um dos enforcados, teria gritado “Purimfest 1946!” antes de morrer.

 

O formato vertical dos nomes dos filhos de Hamã no rolo de Ester (Meguilat Ester) é único e conteria códigos ocultos, sugerindo prefigurações.

 

De fato, os intérpretes judeus acertam ao dizer que a expressão “amanhã” retrata eventos futuros e fazem uma boa associação com os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. Porém, acrescento que essa expressão aparece não apenas para repetir ciclos figurativos, mas para mostrar que, no fim de tudo, o mesmo ocorrerá — não apenas com os judeus, mas com todo o povo de Deus espalhado pelo mundo, pois está escrito:

 

Apocalipse de João 13:1: "1 Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia."

 

O Apocalipse revela que, no tempo do fim, uma besta subirá do mar — linguagem profética, pois não se trata de um animal literal, mas de um homem e poderes que se levantarão. Essa besta terá dez chifres; assim como Hamã tinha dez filhos poderosos, também a besta se levantará com dez chifres, que pelejarão contra o Cordeiro:Apocalipse 17:12-14

(12) Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas receberão autoridade como reis, por uma hora, juntamente com a besta.

(13) Estes têm o mesmo intento e entregarão à besta o seu poder e autoridade.

(14) Pelejarão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que estão com ele.

 

Juntamente com a besta, estes chifres pelejarão contra o Cordeiro. Isso é claramente uma referência à batalha que antecede o Purim. Lá tratamos de dez filhos; aqui, dez reis. Deus antecipadamente quis mostrar o poder que se levantaria por meio de Hamã e seus filhos. Jesus derrotará estes chifres na grande batalha do Armagedom, segundo está escrito:

 

Apocalipse 16:14: "Porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso."

 

Apocalipse 19:19: "E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército."

 

No final, a besta e os reis da terra, isto é, os chifres, se levantarão para a grande batalha escatológica do Armagedom e serão derrotados por Cristo e seus servos. Podemos perceber a semelhança com a batalha descrita no livro de Ester. Nesse tempo, Mardoqueu, com vestes de glória, sairá da presença do Rei para proclamar a destruição dos inimigos de Israel:

 

Ester 8:15-17: "Então, Mardoqueu saiu da presença do rei com veste real azul-celeste e branca, como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a cidade de Susã exultou e se alegrou. Para os judeus houve felicidade, alegria, regozijo e honra. Também em toda província e em toda cidade aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e regozijo, banquetes e festas; e muitos dos povos da terra se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles."

 

Mardoqueu é a imagem do Cristo que sairá em glória diante de Deus o Pai para proclamar a libertação do seu povo, com grande coroa de ouro, para demonstrar que Cristo virá em glória para reinar, exatamente como está escrito em Apocalipse:

 

Apocalipse 19:11-15: "Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso."

 

Jesus, nos últimos dias, sairá da presença de Deus para conduzir seu exército à grande peleja, destruir os inimigos do povo de Deus e estabelecer o Reino de Deus sobre a Terra. Então a realidade do Purim se cumprirá, depois que todos os inimigos forem destruídos.

 

A Celebração do Purim

 

A celebração do Purim é importante porque traz à lembrança a vitória que Deus deu a Israel contra seus inimigos. De geração em geração, o povo lembraria dos feitos de Deus. Está escrito:

 

Ester 9:16-20: "Também os demais judeus que se achavam nas províncias do rei se reuniram e se dispuseram para defender a vida, e tiveram sossego dos seus inimigos; e mataram a setenta e cinco mil dos que os odiavam; porém no despojo não tocaram. Sucedeu isto no dia treze do mês de adar; no dia catorze, descansaram e o fizeram dia de banquetes e de alegria. Os judeus, porém, que se achavam em Susã se ajuntaram nos dias treze e catorze do mesmo; e descansaram no dia quinze e o fizeram dia de banquetes e de alegria. Também os judeus das vilas que habitavam nas aldeias abertas fizeram do dia catorze do mês de adar dia de alegria e de banquetes e dia de festa e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros. Mordecai escreveu estas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe."

 

O povo celebrou o Purim porque Deus lhes deu descanso dos inimigos. Fizeram banquetes e se alegraram com a vitória. Lembramos que o nome “Hadassa” significa “murta” e aponta para os ramos entregues na festa dos tabernáculos. Deus estava revelando em Ester, que é Hadassa, a realidade dessa festa. Purim representa a mesma festa dos tabernáculos vista por outro ângulo, pois trata da vitória sobre os inimigos.

 

Levítico 23:40-41: "No primeiro dia, tomareis para vós outros frutos de árvores formosas (Hadar), ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus. Celebrareis esta como festa ao SENHOR, por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis."

 

Neemias 8:15: "E que publicassem e fizessem passar por todas as suas cidades e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas (הֲדַס), e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito."

 

O termo Hadassa deriva de “hadass” (murta), planta usada na festa dos tabernáculos. Também é dito que os ramos de árvores frondosas deveriam ser entregues; essa expressão, no hebraico, é “hadar”, semelhante a “Adar”. “Adar” significa glorioso, e “hadar” significa ornamento, honra e esplendor. Deus faz um jogo de palavras para mostrar que os ramos de “Adar” seriam manifestos, ou seja, os ramos do fim, pois Adar é o último mês do calendário judaico. Assim, o fim do ano representa o final dos tempos.

 

Deus escolheu o décimo segundo mês para a celebração do Purim, para que, pelo Espírito, compreendêssemos que o fim do ano representa o fim dos tempos. A celebração do Reino de Deus aponta para essa festa, e no Apocalipse ela está descrita como as bodas do Cordeiro:

 

Apocalipse 19:1-7: "Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. Segunda vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos. Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes. Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou."

 

Quando lemos “Deus vingou o sangue dos seus servos”, percebemos que os inimigos de Israel, isto é, da Igreja do Senhor, foram vencidos na peleja. Depois dessa grande batalha, o povo de Deus é chamado para a Ceia das bodas do Cordeiro:

 

Apocalipse 19:9: "Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus."

 

Depois da vitória, o banquete será dado aos santos. Assim como Hamã e seus filhos foram derrotados e o povo se alegrou com banquetes, também o povo de Deus, na vinda gloriosa de Cristo, participará do banquete preparado por Deus. Profeticamente, o Purim representa a conclusão da era presente.

 

Hamã é uma figura bíblica que representa a manifestação do Anticristo. O mesmo espírito que influenciou Hamã agirá no tempo do fim: o espírito do erro e do engano, que seduz os homens à confusão.

 
 
 

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